Cruz Machado


A reunião no Clube 7 começaria em breve. Havia saído cedo de União e a estrada, toda sinuosa, estava perigosa, com neblina e garoa. Sem café da manhã fui procurar uma lanchonete. A mais próximo era na rodoviária. Aliás, pequena e velha rodoviária, que hoje deve ser a "reformada, pequena e velha rodoviária".

Pedi café com leite "quente" e um salgado. Enquanto esperava chegavam vários ônibus do interior do município. Um oficial e muitos não oficiais. Estes, sucatas que andam. Do lado, um pequeno banco próximo ao balcão, onde uma senhora já idosa, abria um saco de algodão torcido, sua bolsa, para tirar seu farnel (seu lanche).

Via-se que era do interior, no seu traje típico de vestido, calça, sandálias, blusinha de lã poída e lenço na cabeça. Tirou do pano de prato uma banana. Descascou-a e, para surpresa minha, primeiro começou a raspar com seus dentes de dentadura a parte interna das cascas, que é branquinha e macia.

Era um mania ou uma necessidade. Apostei nessa última.

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